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Com caminhada e oferenda no Lago do Amor, candomblé e umbanda pedem tolerância
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Com caminhada e oferenda no Lago do Amor, candomblé e umbanda pedem tolerância
O cântico de Osun é repetido sem cessar durante o trajeto do terreiro até o Lago do Amor, em Campo Grande. A homenagem vem por meio da música Karodô, que significa um presente à divindade feminina, dona das águas, da fertilidade e do amor.
Para que tudo fosse feito de acordo com os protocolos, várias casas de candomblé e umbanda resolveram depositar oferendas neste domingo no lago de água doce e pedir mais paz e tolerância religiosa aos povos. Foram 2,5 km percorridos em uma cerimônia que começou lá atrás, com o jogo dos búzios.
Osun ou Oxum, na mitologia iorubá, é um orixá feminino filha de Iemanjá e Oxalá. O seu nome deriva do Rio Osun.
Para a festa de hoje, o ponto de encontro foi no terreiro Egbe Omo Oni Ode. No local, mulheres dançavam com roupas brancas e detalhes em amarelo, a cor de Osun. Lá, elas se deixavam levar pelo balanço dos batuques e pelo dançar dos pés.
A maioria de olhos fechados, mas sem esbarrar uma nas outras, conseguiam cumprir uma coreografia calma. Volta e meia, um perfume era solto no ar. Segundo os frequentadores, Osun é vaidosa.
Nessa parte do ritual é proibido fotografar. O pai de santo do terreiro, Edson Fernandes explica que a discrição ajuda na quebra do preconceito. “Não queremos nossas fotos nas redes sociais”, ressalta.
Fora isso, o resto é permitido. Podemos acompanhar toda a cerimônia, que também tem a presença de crianças. Uma bebê de 6 meses foi abençoada por uma das mulheres que recebeu o espírito deOsun. A mãe, Maisa Gabriela de Arruda, 22 anos, se emocionou quando a entidade pegou a filha no colo. “Ela é a dona do ventre, abençoa as nossas crianças, fiquei feliz com ela ter abençoado a minhaneném”, explica.
Depois das orações, a caminhada é iniciada. Para a mãe de santo, Zilá Dutra, do terreiro Ilê Dara, a cerimônia significa união. “É um ato de fé, de amor, dedicação, é um presente que sempre fizemos interno e depois é levado as águas em um presente do orixá Osun, pedindo que traga amor a nossa vida, bem-estar, Osun é o orixá do amor, dona do ventre”, afirma Zilá.
O idealizador da manifestação religiosa foi de Edson Fernandes, que recebeu o apoio do professor Antônio Lino Rodrigues, da UFMS(Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Na instituição, ele ministra uma disciplina optativa sobre Educação e Religião, que tem o foco principalmente no Candomblé e na Umbanda.
“Por mais que o brasileiro rejeite, essas religiões estão enraizadas na nossa cultura. A umbanda é brasileira, nasceu da mistura do catolicismo com outras crenças africanas, como o candomblé, enquanto o candomblé é africano”, ressalta.
Para Edson, a cerimônia é a realização de um sonho. “Sempre foi um desejo nosso fazer a manifestação em Campo Grande, mas tinha que ser um local de água doce próximo. Quando pedimos a UFMS, o professor Lino nos recebeu muito bem. As oferendas são biodegradáveis e não agridem o meio ambiente. É um presente sacralizado através da reza”, frisa.
A entrega nas águas do Lago do Amor, que apesar de estarem um pouco sujas, foi bonita. O grupo usou um barco para deixar as oferendas na água. Em determinado momento, quem carregava o presente foi escondido por meio de panos, evitar os cliques com o devoto incorporado.
Para finalizar, os batuques continuaram a ecoar na beira do lago por alguns minutos. Uma alegria e emoção para quem tem fé de que essas ações podem diluir ao menos um pouco o preconceito.
http://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/com-caminhada-e-oferenda-no-lago-do-amor-candomble-e-umbanda-pedem-tolerancia
Para que tudo fosse feito de acordo com os protocolos, várias casas de candomblé e umbanda resolveram depositar oferendas neste domingo no lago de água doce e pedir mais paz e tolerância religiosa aos povos. Foram 2,5 km percorridos em uma cerimônia que começou lá atrás, com o jogo dos búzios.
Osun ou Oxum, na mitologia iorubá, é um orixá feminino filha de Iemanjá e Oxalá. O seu nome deriva do Rio Osun.
Para a festa de hoje, o ponto de encontro foi no terreiro Egbe Omo Oni Ode. No local, mulheres dançavam com roupas brancas e detalhes em amarelo, a cor de Osun. Lá, elas se deixavam levar pelo balanço dos batuques e pelo dançar dos pés.
A maioria de olhos fechados, mas sem esbarrar uma nas outras, conseguiam cumprir uma coreografia calma. Volta e meia, um perfume era solto no ar. Segundo os frequentadores, Osun é vaidosa.
Nessa parte do ritual é proibido fotografar. O pai de santo do terreiro, Edson Fernandes explica que a discrição ajuda na quebra do preconceito. “Não queremos nossas fotos nas redes sociais”, ressalta.
Fora isso, o resto é permitido. Podemos acompanhar toda a cerimônia, que também tem a presença de crianças. Uma bebê de 6 meses foi abençoada por uma das mulheres que recebeu o espírito deOsun. A mãe, Maisa Gabriela de Arruda, 22 anos, se emocionou quando a entidade pegou a filha no colo. “Ela é a dona do ventre, abençoa as nossas crianças, fiquei feliz com ela ter abençoado a minhaneném”, explica.
Depois das orações, a caminhada é iniciada. Para a mãe de santo, Zilá Dutra, do terreiro Ilê Dara, a cerimônia significa união. “É um ato de fé, de amor, dedicação, é um presente que sempre fizemos interno e depois é levado as águas em um presente do orixá Osun, pedindo que traga amor a nossa vida, bem-estar, Osun é o orixá do amor, dona do ventre”, afirma Zilá.
O idealizador da manifestação religiosa foi de Edson Fernandes, que recebeu o apoio do professor Antônio Lino Rodrigues, da UFMS(Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Na instituição, ele ministra uma disciplina optativa sobre Educação e Religião, que tem o foco principalmente no Candomblé e na Umbanda.
“Por mais que o brasileiro rejeite, essas religiões estão enraizadas na nossa cultura. A umbanda é brasileira, nasceu da mistura do catolicismo com outras crenças africanas, como o candomblé, enquanto o candomblé é africano”, ressalta.
Para Edson, a cerimônia é a realização de um sonho. “Sempre foi um desejo nosso fazer a manifestação em Campo Grande, mas tinha que ser um local de água doce próximo. Quando pedimos a UFMS, o professor Lino nos recebeu muito bem. As oferendas são biodegradáveis e não agridem o meio ambiente. É um presente sacralizado através da reza”, frisa.
A entrega nas águas do Lago do Amor, que apesar de estarem um pouco sujas, foi bonita. O grupo usou um barco para deixar as oferendas na água. Em determinado momento, quem carregava o presente foi escondido por meio de panos, evitar os cliques com o devoto incorporado.
Para finalizar, os batuques continuaram a ecoar na beira do lago por alguns minutos. Uma alegria e emoção para quem tem fé de que essas ações podem diluir ao menos um pouco o preconceito.
http://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/com-caminhada-e-oferenda-no-lago-do-amor-candomble-e-umbanda-pedem-tolerancia
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