Últimos assuntos
Procurar
Social bookmarking
Projeto musical em terreiro de candomblé diminui evasão escolar em Goiás
Página 1 de 1
Projeto musical em terreiro de candomblé diminui evasão escolar em Goiás
Ações sociais em instituições religiosas de matrizes africanas mostram a relação de acolhimento entre terreiros e comunidades
O terreiro de candomblé de Mãe Dora, num bairro pobre de Cidade Ocidental, em Goiás, realiza atividades além das festas e encontros religiosos. O Ilè Asé T’Ojú Labá, como é chamado o terreiro, oferece oficinas musicais para crianças da região, muitas em situação de risco social.
A yalorixá explica que a ideia surgiu entre os frequentadores do terreiro. Como havia uma grande quantidade de professores de música, eles tiveram a ideia de juntar as crianças para dar aulas de instrumentos. O grupo fez um acordo com uma escola municipal e as aulas são no terreiro, embaixo das árvores.
“A história desse projeto é um desejo de muitos anos. Venho de uma família de umbandista e fazíamos alfabetização de crianças e adultos em Vicente Pires (DF). Meu sonho sempre foi ter uma escola em comunidade carente. A gente nem sabia muito como ia fazer, fomos descobrindo no dia a dia a melhor forma”, conta Mãe Dora.
Hoje, ela conta com 47 crianças que frequentam o projeto, com idades que variam entre os 5 aos 21 anos. Como contrapartida, as crianças devem estar matriculadas e com uma boa frequencia escolar. Animada, Mãe Dora conta que a iniciativa reduziu de 70% para 20% a taxa de evasão escolar naquela instituição.
Eu tenho criança de todas as formas. Tem criança que vem aqui só pra comer, aí vem e trás o irmão, o primo. De tempos em tempos, vou na escola conversar e ver como está a evolução das crianças. A gente pega no pé deles, falamos que não dá conseguir nada sem os estudos. O retorno dos pais é muito bacana. Muitos contam que o filho era briguento e violento, e hoje está mais tranquilo. É muito gratificante saber que podemos mudar uma criança e mostrar outras formas de vida que não só a que ela está acostumada a ver”, conta.
Assim como Mãe Dora, vários terreiros de religiões de matrizes africanas têm, em suas práticas, projetos sociais para a vizinhança. A yalorixá relata que a interação com a comunidade está na própria lógica da religião, que prega acolhimento e ajuda aos que necessitam.
“As pessoas chegam e batem na sua porta, uma mãe que precisa de um gás, quando não tem médico no posto de saúde. No terreiro a gente não pergunta se você é branco, preto, rico, pobre. Está chegando um ser humano que precisa de ajuda. Faz parte da religião receber todos, sem olhar a cara e sem discriminar ninguém’, conta.
Ela pensa que parte da população desconhece as ações pelo preconceito contra a religião. “As pessoas precisam conhecer o candomblé. Visitem as casas, vejam as práticas para aprender a respeitar. As pessoas veem as baianas na televisão vestidas de renda e acham bonito, é folclórico. Mas no dia a dia, existem pessoas com pensamentos errados de que fazemos maldade. Mas a verdade é que a gente acolhe quem ninguém quer. É aquele menino catarrento que ninguém olha, mas que a gente pega, dá banho e põe uma roupa limpinha”.
Extraído do site do Portal Brasil / Brasília – DF
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/05/projeto-musical-em-terreiro-de-candomble-diminui-evasao-escolar-em-goias
O terreiro de candomblé de Mãe Dora, num bairro pobre de Cidade Ocidental, em Goiás, realiza atividades além das festas e encontros religiosos. O Ilè Asé T’Ojú Labá, como é chamado o terreiro, oferece oficinas musicais para crianças da região, muitas em situação de risco social.
A yalorixá explica que a ideia surgiu entre os frequentadores do terreiro. Como havia uma grande quantidade de professores de música, eles tiveram a ideia de juntar as crianças para dar aulas de instrumentos. O grupo fez um acordo com uma escola municipal e as aulas são no terreiro, embaixo das árvores.
“A história desse projeto é um desejo de muitos anos. Venho de uma família de umbandista e fazíamos alfabetização de crianças e adultos em Vicente Pires (DF). Meu sonho sempre foi ter uma escola em comunidade carente. A gente nem sabia muito como ia fazer, fomos descobrindo no dia a dia a melhor forma”, conta Mãe Dora.
Hoje, ela conta com 47 crianças que frequentam o projeto, com idades que variam entre os 5 aos 21 anos. Como contrapartida, as crianças devem estar matriculadas e com uma boa frequencia escolar. Animada, Mãe Dora conta que a iniciativa reduziu de 70% para 20% a taxa de evasão escolar naquela instituição.
Eu tenho criança de todas as formas. Tem criança que vem aqui só pra comer, aí vem e trás o irmão, o primo. De tempos em tempos, vou na escola conversar e ver como está a evolução das crianças. A gente pega no pé deles, falamos que não dá conseguir nada sem os estudos. O retorno dos pais é muito bacana. Muitos contam que o filho era briguento e violento, e hoje está mais tranquilo. É muito gratificante saber que podemos mudar uma criança e mostrar outras formas de vida que não só a que ela está acostumada a ver”, conta.
Assim como Mãe Dora, vários terreiros de religiões de matrizes africanas têm, em suas práticas, projetos sociais para a vizinhança. A yalorixá relata que a interação com a comunidade está na própria lógica da religião, que prega acolhimento e ajuda aos que necessitam.
“As pessoas chegam e batem na sua porta, uma mãe que precisa de um gás, quando não tem médico no posto de saúde. No terreiro a gente não pergunta se você é branco, preto, rico, pobre. Está chegando um ser humano que precisa de ajuda. Faz parte da religião receber todos, sem olhar a cara e sem discriminar ninguém’, conta.
Ela pensa que parte da população desconhece as ações pelo preconceito contra a religião. “As pessoas precisam conhecer o candomblé. Visitem as casas, vejam as práticas para aprender a respeitar. As pessoas veem as baianas na televisão vestidas de renda e acham bonito, é folclórico. Mas no dia a dia, existem pessoas com pensamentos errados de que fazemos maldade. Mas a verdade é que a gente acolhe quem ninguém quer. É aquele menino catarrento que ninguém olha, mas que a gente pega, dá banho e põe uma roupa limpinha”.
Extraído do site do Portal Brasil / Brasília – DF
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2016/05/projeto-musical-em-terreiro-de-candomble-diminui-evasao-escolar-em-goias
Tópicos semelhantes
» Distrito Federal: terreiro de candomblé é atacado pela terceira vez em 2015
» Um Rio de ódio: terreiro de candomblé é atacado com pedras, ovos e legumes podres
» O que é o projeto de lei que exime religiosos de crimes de injúria e difamação
» Deputados derrubam projeto que proíbe sacrifício de animais em rituais
» Projeto de Lei propõe instituir Dia Municipal dos Povos de Terreiros em Juazeiro
» Um Rio de ódio: terreiro de candomblé é atacado com pedras, ovos e legumes podres
» O que é o projeto de lei que exime religiosos de crimes de injúria e difamação
» Deputados derrubam projeto que proíbe sacrifício de animais em rituais
» Projeto de Lei propõe instituir Dia Municipal dos Povos de Terreiros em Juazeiro
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Ter Dez 18, 2018 11:03 pm por Tania Jandira
» A futura primeira dama, evangélica retira quadro alusivo a religiosidade afro brasileira
Ter Dez 18, 2018 11:00 pm por Tania Jandira
» Já temos um Jardim Etnobotâncio em Salvador
Ter Dez 18, 2018 9:11 pm por Tania Jandira
» Em Defesa dos Povos Originários
Ter Dez 18, 2018 9:06 pm por Tania Jandira
» Pastor que ofendia outras religiões foi condenado pelo STF
Ter Abr 03, 2018 1:59 am por Tania Jandira
» Professora diz que foi 'convidada a se retirar' do colégio do filho por usar colar de contas
Ter Abr 03, 2018 1:56 am por Tania Jandira
» CUMPRA-SE DISCUTE LEI DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Ter Abr 03, 2018 1:53 am por Tania Jandira
» Intolerância religiosa passa a ser classificada em registros de ocorrência
Ter Abr 03, 2018 1:12 am por Tania Jandira